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sábado, 28 de agosto de 2010

Saudade

Hoje li uma frase no twitter de pensador Caio Fernando Abreu que dizia: "Ai. Saudade é uma coisa azul e amarga com carne por fora e espinho por dentro" e me deparei com a triste realidade de que este é o sentimento que ocupa maior parte do meu corpo, alma e coração.

E é bem isso mesmo, saudade é coisa doída, que maltrata aos poucos e aos muitos e, como disse Caio Fernando, é amarga, triste e machuca sem avisar que vai machucar.

Sinto tanta saudade sempre dos que amo e moram tão longe, daqueles que eu quero abraçar, ver, tocar e simplesmente não posso. Saudade de cheiros, da voz e dos abraços. Como sinto falta desses abraços.

Essa dor mais doída ainda consegue vir rodeada de outras faltas menores. Falta de quem eu era, dos lugares que frequentava, da comida da vovó, dos amigos e brincadeiras de infância, dos sentimentos passados, dos sentimentos não realizados. Daquele calafrio quando segurava a mão da paixão da vez, da ansiedade para ver logo a cara dos meus pequenos, de entrar pela primeira vez em uma sala de aula na faculdade.

São tantas grandes saudades, misturadas a pequenas saudades que nem sei se consigo dizer que sou alguma coisa além desse sentimento.

Mas talvez eu seja, porque mesmo com toda essa montanha de ausências, sou uma pessoa feliz e que está sempre esperando o momento de matar essas saudades para depois senti-las de novo.

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