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sábado, 15 de agosto de 2015

Forjando a armadura

"Nego-me a me submeter ao medo
que me tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,
que me amarra,
que não me deixa ser direto e franco, 
que me persegue,
que ocupa negativamente minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias.

No entanto não quero levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver, e não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero. 
Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor e não por temer as conseqüências de minhas palavras. 

Não quero acreditar em algo
só pelo medo de não acreditar.
Não quero filosofar
por medo que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me
só porque tenho medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros
pelo medo de que possam impor algo a mim;
por medo de errar,
não quero tomar-me inativo.
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável,
por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante
porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado.

Por convicção e amor,
quero fazer o que faço
e deixar de fazer o que deixo de fazer.

Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que existe em mim."

Rudolf Steiner

As boas e as más sortes

"Repousam no fundo da minha alma, as boas e as más sortes.
O que de bom, diariamente, me aflui, quero aproveitar,
nisso se mostra o que os Deuses fizeram de mim;
O que de grave, às vezes, me aflui, quero suportar,
nisso se me mostra o que eu mesmo posso fazer por mim.
Agradeço à minha boa sina como vivo agora;
Agradeço ao meu vigor na má sina:
a força que pode conduzir-me subindo na vida.
Quem crê que só a boa sina promove, acaba por se curvar à má sina,
esse não vê o ano, mas somente o dia.
Há um Deus dentro de mim, há um mundo ao meu redor.
Se estiver ouvindo o mundo, ao meu Deus ouço melhor."

Rudolf Steiner

domingo, 15 de março de 2015

E a democracia?

Acho bacana o pessoal ir às ruas para protestar contra a corrupção e pedir pela reforma política. Acho válido que se deixe claro o descontentamento com o governo que aí está e tem feito bastante coisa para ser cobrado e criticado.

Mas existe um motivo para eu não ter ido às ruas hoje, por mais críticas que eu tenha ao que hoje está aí: não conseguiria estar no mesmo lugar com pessoas que acham que tudo se resolveria com um golpe. O impeachment, para acontecer, precisa não só da vontade, mas de provas de que crime(s) foi (foram) cometido(s).
Pior, de todos que pedem o impeachment, só uma pequena parcela sabe o que acontece de verdade depois dele. Não tem nova eleição, não tem Aécio, tem Temer e PMDB. Simples assim.
Por mais que não se goste, o que está no poder hoje chegou lá pelo voto e é assim que deve sair. A menos que se prove alguma coisa...

E tem um motivo maior, algo pior do que isso. Ver esse monte de pedidos pela intervenção militar (e algumas suásticas) me desanima completamente. É muita falta de noção histórica, é muito reacionarismo.
E esse monte de pedidos em inglês, para que o governo norte americano venha se meter aqui de novo e banque, mais uma vez, a tão benéfica intervenção? Ai, gente! Vocês não devem ter a menor ideia do que vocês estão pedindo.

 No mais, ficaram algumas perguntas na minha cabeça:
1 - Se um dos motivos do protesto era a corrupção, cabe mesmo usar camisas da CBF?
2 - Desse pessoal todinho que estava hoje na rua, quantas pessoas estavam viajando no dia da eleição e não puderam votar? Porque, relembrando, a abstenção foi absurda.
3 - Todo mundo que ali estava faz a sua parte contra a corrupção ou usa carteirinha de estudante falsa e se permite outros "pequenos e inocentes" deslizes como esse?
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