Não tem nada melhor do que conversa de criança para a gente dar boas risadas. Claro que na hora a coisa não é tão engraçada assim, mas depois que o tempo passa, a melhor coisa é compartilhar com os amigos as pérolas dos filhos.
Hoje no trabalho foi dia dessa conversa. Os meninos mais faladores são os campeões de situações e passagens inusitadas. Cada uma mais divertida que a outra. Com aquela saudade da coluna “Criança diz cada uma”, do Pedro Bloch, resolvi dividir as conversas.
Pedrinho estava saindo da natação com a mãe contando todas as aventuras do dia na piscina no que vê um homem tirando a perna mecânica para entrar na piscina. Sem pensar duas vezes, puxa a mãe pelo braço e mostra:
- Olha mãe! Um robô!
Julinho tinha acabado de sair da aula de ginástica olímpica e, como sempre, acompanhava a mãe até o vestiário feminino para pegar a mochila nos armários. Enquanto ela abria a porta, uma outra mulher se aproxima enrolada na toalha.
Sem ligar para o pequenino que estava por perto, a tal senhora abriu a toalha para se enxugar.
Antes de qualquer outra ação, Julinho arregalou os olhos e disse interessado:
- Eita, mãe! O dela é vermelho!
E, para piorar, foi conferir a veracidade do fato com as mãozinhas.
A mãe de Marcinha estava com ela no banheiro. Por algum motivo estava agoniada, quando a menina perguntou, ela respondeu que tinha perdido a prótese dentária que estava usando enquanto tratava dos dentes.
A busca ficava cada vez mais séria e as outras pessoas que entravam no banheiro perguntavam se poderiam ajudar a procurar alguma coisa, mas a mãe, com vergonha, dizia que não era nada.
Lá pela terceira negativa, sem entender muita coisa, a menina resolveu acabar com a agonia da mãe:
- Ah, ela perdeu sim! Um dente!
Paulinha era a rainha da conversa com gente desconhecida. Estava jantando com a mãe e a avó em um restaurante especializado em caldos quando começou um papo muito animado com a mesa de trás.
Depois de um tempo, viu que o homem e a mulher se beijaram e não se segurou:
- Vocês são namorados?
- Somos!
- Mas ela é quase sua mãe!
Zequinha estava matando a saudade da tia que não via há muito tempo. Enquanto os dois estavam abraçados, com toda doçura ele disse:
- Tia, sabe aquele filme que tem uma mulher gordona e o cara “vê ela” bem magrinha?
- Sei sim.
- Você é assim para mim também!
Carlinhos estava morrendo de fome e queria muito tomar logo o seu leitinho de antes de dormir. Com a barriga roncando e o mau-humor aumentando ele pediu pela sétima vez:
- Pai, me dá meu leite!
- Peraí, Carlinhos, tem que esperar ferver.
- Mas eu estou com fome!
- Eu sei, filho, mas tem que esperar ferver.
- Por que?
- Porque é assim que a gente mata os bichinhos do leite
- E eu vou beber isso com um monte de coisa morta dentro?
O saber juntar palavras é uma arte. Todos nós sabemos... Alguns, como eu, produzem muito, mas têm vergonha de mostrar. Essa é uma tentativa de liberação. Será que vai?
quinta-feira, 30 de abril de 2009
sábado, 4 de abril de 2009
Presta uma atenção
Julinho era bem observador e de vez em quando dava uma pausa em toda a sua correria e brincadeira para prestar atenção nas coisas do seu cotidiano. Já tinha até desenvolvido um ritual para isso. Tinha uma cara específica e, vez por outra, coçava o queixo como se já fosse adulto e estivesse prestes a descobrir a resposta de todas as perguntas do mundo.
Depois de quase uma hora assim, sentado em uma mesa na praça de alimentação do shopping, ele virou para a mãe que lia uma revista e falou:
- Mãe, acabei de descobrir uma coisa interessante sobre as mulheres.
- É mesmo, filho? E o que foi? - Perguntou a mãe achando graça.
- Antes eu tenho que perguntar uma coisa para você. Assim vou ter mais certeza.
- Pode falar, então.
Ele parou, olhou mais uma duas ou três pessoas passando e disparou:
- Qual é a primeira coisa que você olha em uma mulher?
Apesar de estar esperando a pergunta, a mãe jamais imaginou que seria esta. Com uma cara de quem não está entendendo nada, ela só conseguiu perguntar de volta:
- Como é?
E Julinho, sem entender a dúvida da mãe, completou:
- Ué, mãe! Quando você está andando na rua, no mercado você não cruza com outras pessoas?
- Sim. - Respondeu a mãe entre o constrangimento e o começo da compreensão.
- E não olha para elas?
- Olho.
- Algumas dessas pessoas são mulheres, não são?
- São.
- Então, mãe! Qual é a primeira coisa que você olha quando vê uma mulher.
A mãe de Julinho ainda não tinha captado a essência da pergunta, mas o menino tinha falado de um jeito tão confiante que ela ficou meio tímida de não responder alguma coisa.
- Eu acho que olho para o cabelo.
O menino fez uma cara séria, passou a mão pelo queixo, balançou a cabeça e disse:
- Era o que eu pensava mesmo, então.
A mãe, já curiosa para saber a estranha descoberta, perguntou:
- E o que você descobriu?
- Na verdade, a primeira coisa que uma mulher olha em outra é o sapato. Com certeza! Mas, com o que você disse, elas não gostam de assumir isso.
A mãe deu uma gargalhada e, sem resistir, lascou um beijo na bochecha gordinha de Julhinho.
Depois de quase uma hora assim, sentado em uma mesa na praça de alimentação do shopping, ele virou para a mãe que lia uma revista e falou:
- Mãe, acabei de descobrir uma coisa interessante sobre as mulheres.
- É mesmo, filho? E o que foi? - Perguntou a mãe achando graça.
- Antes eu tenho que perguntar uma coisa para você. Assim vou ter mais certeza.
- Pode falar, então.
Ele parou, olhou mais uma duas ou três pessoas passando e disparou:
- Qual é a primeira coisa que você olha em uma mulher?
Apesar de estar esperando a pergunta, a mãe jamais imaginou que seria esta. Com uma cara de quem não está entendendo nada, ela só conseguiu perguntar de volta:
- Como é?
E Julinho, sem entender a dúvida da mãe, completou:
- Ué, mãe! Quando você está andando na rua, no mercado você não cruza com outras pessoas?
- Sim. - Respondeu a mãe entre o constrangimento e o começo da compreensão.
- E não olha para elas?
- Olho.
- Algumas dessas pessoas são mulheres, não são?
- São.
- Então, mãe! Qual é a primeira coisa que você olha quando vê uma mulher.
A mãe de Julinho ainda não tinha captado a essência da pergunta, mas o menino tinha falado de um jeito tão confiante que ela ficou meio tímida de não responder alguma coisa.
- Eu acho que olho para o cabelo.
O menino fez uma cara séria, passou a mão pelo queixo, balançou a cabeça e disse:
- Era o que eu pensava mesmo, então.
A mãe, já curiosa para saber a estranha descoberta, perguntou:
- E o que você descobriu?
- Na verdade, a primeira coisa que uma mulher olha em outra é o sapato. Com certeza! Mas, com o que você disse, elas não gostam de assumir isso.
A mãe deu uma gargalhada e, sem resistir, lascou um beijo na bochecha gordinha de Julhinho.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Uma coisa leva a outra
Hoje estava comentando com uma amiga do trabalho como é absurdo essa galera que ganha muito dinheiro ser afastada do cargo por fraude e aquisição ilegal de dinheiro.
Fatos como este derrubam a minha teoria de que se policiais e juízes fossem muito bem pagos (é o cúmulo um juiz de direito ganhar menos do que um senador, por exemplo) não haveria mais tantos casos de desvio de dinheiro e afins.
Mas a coisa vai muito mais além. O ser humano é muito ganancioso e nunca está satisfeito com o que tem. O roubar ou não roubar acaba sendo uma questão de índole e não de salário.
E por falar em índole, lembrei de outra coisa completamente nada a ver.
Quando era nova apareceu na casa da minha avó um vendedor de panelas tão invocado quanto os seus produtos. Ele não deixava ninguém chamar aquilo que ele vendia de panelas.
- Não é uma panela. É uma "autoclave de índole familiar para cucção científica de alimentos".
Fatos como este derrubam a minha teoria de que se policiais e juízes fossem muito bem pagos (é o cúmulo um juiz de direito ganhar menos do que um senador, por exemplo) não haveria mais tantos casos de desvio de dinheiro e afins.
Mas a coisa vai muito mais além. O ser humano é muito ganancioso e nunca está satisfeito com o que tem. O roubar ou não roubar acaba sendo uma questão de índole e não de salário.
E por falar em índole, lembrei de outra coisa completamente nada a ver.
Quando era nova apareceu na casa da minha avó um vendedor de panelas tão invocado quanto os seus produtos. Ele não deixava ninguém chamar aquilo que ele vendia de panelas.
- Não é uma panela. É uma "autoclave de índole familiar para cucção científica de alimentos".
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