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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Insônia

A hora já passou há muito tempo, mas ele ainda não conseguiu dormir. O corpo está exausto, mas o aperto na boca do estômago e o ritmo alucinado de seus pensamentos abafam o silêncio da madrugada e o deixam cada vez mais desperto.

Entre seus devaneios frenéticos, a imagem dela é a mais constante. Com gestos e palavras analisados minuciosamente, ele sofre por não conseguir mantê-la longe de sua mente, por não saber entendê-la, por não conseguir esquecê-la e por não saber o que é tudo isso que está acontecendo.

Ele sabe, ou pelo menos sempre soube, do que gosta e nada se parece com ela, que consegue ser muito e pouco ao mesmo tempo; um sonho realizado e um pesadelo; a maior das desgraças e o menor dos problemas.

A relação inexistente dos dois contrasta com todo o conhecimento que eles têm um sobre o outro, com a saudade e o ciúme que ele sente e torce para que ela sinta também, com a vontade perceptível para qualquer um que ambos têm de passar o maior tempo possível juntos.

E entre as muitas voltas que dá na cama, se enrolando no cobertor, ele formula novas teorias e revê, pela milionésima nona vez, a imagem dela sorrindo para ele e se sente perdido em seus olhos, como costuma acontecer quando estão juntos.

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