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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Língua

E nós aprendemos desde pequenininhos quais são as palavras que a mamãe não gosta que falemos. Os palavrões ficam restritos aos portões da escola e ainda assim têm que ser ditos longe de qualquer adulto.

Acontece que o tempo passa e a maioria das pessoas sente aquela necessidade de satisfazer a demanda reprimida de tantos anos, botar a boca no mundo e xingar cada toco de madeira em que tropeça.

Agora, será que a gente sabe do que está falando? O que cada uma dessas palavras quer dizer?

Digo por mim: não! Outro dia estava voltando do aeroporto com a minha mãe quando um motorista saiu de uma faixa bem à esquerda e entrou no primeiro retorno à direita fazendo ela dar aquela freada. Como estava na frente da mãe e não podia falar da genitora do indivíduo falei um sonoro "BABACA".

Minha mãe na hora virou e falou:

- Por que você está chamando alguém disso?

Fiquei entre o sem graça e o perdida e ela completou:

- Ainda você sendo uma mulher.

Aí, não! A intervenção era por uma causa machista? Olhei para ela e falei brava:

- Como assim? Se eu fosse um homem poderia falar a palavra?

- Olha, também ia ser estranho, mas você tem e deve enxergá-la de um jeito melhor.

- Tenho? - Perguntei meio perdida.

- Você não sabe o que é babaca, né?

- Acho que não...

- Babaca é vulva.

Ahn?!?! Pois é, passei a minha vida toda usando um palavrão que era um pedaço do corpo e não tinha a menor idéia disso.

Contando essa história muito tempo depois, foi minha filha quem me ensinou uma outra que eu também não conhecia a origem. É aquela parte do corpo do homem que todo mundo vive falando e rima com carvalho.

Caralho era o nome dado ao menor mastro do barco e ele era bem pequenininho mesmo. Aí, sabe como é aquele monte de homem preso dentro de um navio por dias e dias, né? Para fazer rir, inventavam que o marinheiro em questão não era bem dotado e batizaram o órgão dos pobres coitados com o nome do mini-mastro.

Apesar de significar a mesma coisa ainda hoje, a conotação mudou um bocado, pois ele sempre sai das bocas para demonstrar sentimentos grandiosos (negativos e positivos).

Então, foi assim que eu aprendi que não estava usando os palavrões certos. O segundo é imutável. Já tem o seu lugar marcado e não vai ser simplesmente eliminado, mas juro que ando fazendo uma força danada para só chamar os barbeiros de plantão ou os fura-filas de pé ou perna. Faz muito mais sentido!

2 comentários:

Aline disse...

meme no irritada! pra vc...

Não consigo comentar no seu Cenas de Cinema. Essa última terça fui assistir Sim, Senhor e foi uma experiência engraçada e ia contar.

beijo

Osório Filho disse...

Adorei!!! heheheh
A do que rima com "carvalho" eu sabia a origem... do outro apelido, não!
Eu, particularmente, não gosto de palavrões, por trazerem uma energia muito ruim com eles... mas enfim, né???

Beijooooooooos!

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